sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A participação de Luiz Felipe no debate da Band


L.F. e Piva (em pé)

Aconteceu na noite de ontem (12) o primeiro debate entre os candidatos ao governo do Estado nestas eleições. Como já é tradição, a TV Bandeirantes inaugurou os debates televisivos entre os candidatos. Participaram os sete concorrentes ao cargo de governador. Além de Luiz Felipe Bergmann (PSOL), Amadeu Felipe (PCB), Avanilson Araújo (PSTU), Beto Richa (PSDB), Osmar Dias, (PDT), Paulo Salamuni (PV) e Robinson de Paula (PRTB) debateram propostas e confrontaram posicionamentos políticos.

Acompanhe como foi a participação de Luiz Felipe no debate, saudada por companheiros de partido e por militantes socialistas pela coragem na defesa de mudanças estruturais e concretas para o Paraná.

A força dos movimentos sociais
Ficou clara no debate a sintonia do PSOL com os movimentos sociais combativos. Em várias intervenções, Luiz Felipe fez referência às lutas populares que ocorrem no Estado, exaltando a necessidade de organização para conquistar mudanças necessárias na sociedade. A luta pela moradia, que vem sendo travada por moradores da Cohab, no bairro CIC, em Curitiba, no Jardim Itaqui, em São José dos Pinhais, e na Vila Feliz, em Londrina, foram abordadas pelo candidato do PSOL, que ainda fez questão de lembrar a agenda do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, de 10 a 7 de setembro, e a 25a Romaria da Terra, no dia 15 de agosto, na cidade de Adrianópolis.

Por que quer governar o Paraná?
Essa foi a pergunta respondida por todos as candidatos no primeiro bloco do debate. Luiz Felipe iniciou sua participação saudando os movimentos sociais, companheiros do partido e todas as pessoas que lutam no Estado para combater a grande desigualdade social vigente. Apresentou, em linhas gerais, o que representa a sua candidatura, destacando que o PSOL está a serviço de um projeto político onde o povo seja protagonista das transformações. E acentuou que as mudanças têm que caminhar no sentido da superação do capitalismo e da construção do ecossocialismo, a única forma possível de se valorizar o ser humano, observando os limites da natureza, que tem recursos finitos que precisam ser estrategicamente aproveitados para o bem viver de todos.

Propostas para a educação no Paraná
No segundo bloco, coube a Luiz Felipe, por sorteio, responder pergunta sobre uma das áreas que são prioridades para o governo do PSOL. A APP Sindicato, entidade sindical dos trabalhadores da educação pública da rede estadual, dirigiu a pergunta focando na questão da forma de contratação de professores e funcionários da educação. Luiz Felipe enfatizou que o PSOL abomina a terceirização de trabalhadores, ressaltando que com o PSOL no governo professores e demais funcionários serão contratados por concurso público, pondo fim aos precarizantes contratos temporários.

Frisando a defesa pela educação pública, gratuita e de qualidade, Luiz Felipe aproveitou para aprofundar as propostas do partido para essa área. Redução do número de alunos por sala; formação continuada para professores e funcionários de escolas, respeitando o direito dos professores de serem remunerados pela preparação de aulas em seu domicílio; democratização da gestão das escolas, com participação efetiva dos profissionais e de toda a comunidade escolar, foram alguns dos pontos defendidos pelo candidato do PSOL.

Luiz Felipe ainda criticou veementemente a presença da polícia nas escolas estaduais. Ressaltando que crianças, adolescentes e jovens precisam de educação, e não de polícia, o psolista afirmou que os professores têm convivido com a violência produzida pelas desigualdades ínsitas do sistema capitalista, que criminaliza a população mais carente, sobretudo os jovens da periferia. Luiz Felipe defendeu a humanização do ambiente escolar e o caráter emancipatório da educação, enfatizando que “Os problemas educacionais devem ser resolvidos por profissionais qualificados em educação, e não pela polícia”.

Recuperar a saúde no Paraná
No terceiro bloco, por sorteio, coube a Luiz Felipe dirigir pergunta ao candidato Robinson de Paula (PRTB). O tema escolhido pelo candidato do PSOL foi a Saúde. Dizendo-se insatisfeito com propostas defendidas por outros candidatos em intervenções anteriores, Luiz Felipe ressaltou que não basta a construção de hospitais regionais no Estado, como meras estruturas físicas, verdadeiros “elefantes brancos”, sem a contratação e a valorização dos profissionais da saúde. A redução da jornada de trabalho desses profissionais para 30 horas foi uma das necessidades apontadas por nosso candidato.

Além disso, reforçando posição do PSOL, Luiz Felipe condenou a privatização da saúde no Estado, que vem ocorrendo com o emprego de verbas públicas em instituições privadas, camufladas em formas de organizações sociais e fundações públicas, o que, somado à precarização das condições de trabalho na área, com contratações terceirizadas, e insuficiência de servidores concursados, conduz a uma situação de calamidade da saúde pública no Paraná. “É inadmissível que a pessoa doente fique meses esperando pela realização de um exame, anos na fila por uma cirurgia e semanas aguardando por uma simples consulta médica”, ressaltou Luiz Felipe.

Meio ambiente
Ainda no terceiro bloco do debate, Luiz Felipe foi questionado por Paulo Salamuni (PV) sobre a questão ambiental. Extremamente à vontade para falar do assunto, por ser esse um tema de importância central para o PSOL, Luiz Felipe mais uma vez ressaltou que a forma de desenvolvimento adotada pela sociedade precisa levar em conta os limites da natureza. Criticou a produção excessiva de objetos para servir ao consumismo desmedido. Afirmou que, além da extinção dos recursos naturais, esse modelo de produção acarreta outro grave problema para as cidades, que é a quantidade de lixo depositada em lixões, a exemplo do aterro sanitário da Caximba, na região de Curitiba.

O candidato do PSOL também teceu considerações ao uso abusivo de agrotóxicos, mencionando que dados estatísticos apontam que a quantidade de agrotóxicos consumida no país equivale a um copo de cafezinho por dia por pessoa. Abordou a necessidade de expansão do cultivo agroecológico de alimentos, como forma de garantir alimentação saudável e preservação da natureza.

Nesse ponto, Luiz Felipe não poupou críticas à candidata do PV para a presidência da república, Marina Silva, lembrando que como ministra do Meio Ambiente no governo Lula ela compactou com diversas decisões que favorecem a degradação da natureza, e também ao candidato a vice de Marina, dono da empresa Natura, acusado por crimes ambientais. Tal afirmação rendeu pedido de direito de resposta pelo candidato Paulo Salamuni, porém, a assessoria jurídica da Band considerou que não houve calúnia ou difamação na crítica do candidato do PSOL.

Financiamento de campanha
No quarto bloco, em reposta a questionamento feito pelo candidato Robinson de Paula (PRTB), com relação ao uso de caixa 2 em campanhas eleitorais, Luiz Felipe foi enfático na afirmação de que essa prática tem relação direta com o financiamento privado das campanhas. Declarou que o PSOL apresenta uma solução para essa questão, o financiamento público de campanha, com maior controle dos gastos de campanha e democracia na participação dos partidos em pleitos eleitorais. “Não dá para aceitar a ideia de que um partido que consegue mais dinheiro para campanha e que tem mais tempo na TV esteja melhor preparado para governar o Estado”. A divisão do tempo de propaganda eleitoral de forma mais democrática foi defendida por Luiz Felipe. Também destacou o alto gasto previsto para as campanhas de Beto Richa (PSBD) e Osmar Dias (PDT). As campanhas milionárias dos dois candidatos da elite paranaense, juntas, estão orçadas em 69 milhões de reais. “Quem financia essas candidaturas são grandes empresários, e empresário não doa dinheiro, empresário faz investimento, e depois vai cobrar com juros e correção monetária o dinheiro colocado nessas candidaturas, e quem vai pagar é a população paranaense”, frisou Luiz Felipe.

Política habitacional
Ao questionar -também por sorteio- o candidato Amadeu Felipe (PCB), Luiz Felipe entrou no tema da política habitacional. Atacou a postura adotada pela administração municipal de Curitiba, nos contratos firmados pela COHAB (empresa da Prefeitura de Curitiba responsável pela área de habitação). Moradores de Curitiba e Região Metropolitana foram lesados por pagarem por terrenos negociados pela COHAB em áreas que não lhe pertenciam ou com outras irregularidades. A anulação de tais contratos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) atingiu cerca de 37 mil famílias, apenas na região da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Na resposta, o candidato Amadeu Felipe considerou que isso é “caso de cadeia”.

Luiz Felipe destacou ainda que o PSOL pretende resolver o problema de falta de moradia digna no Estado com a desapropriação dos imóveis ociosos nas cidades e a reforma agrária.

Considerações finais
No último bloco do debate, o candidato Luiz Felipe retomou alguns argumentos a favor do socialismo com respeito aos limites da natureza, o ecossocialismo. Agradeceu à militância do partido e todos os lutadores sociais do Estado. Insistiu que só com muita luta acontecerão as mudanças desejadas por todos para acabar com as desigualdades sociais e construir uma sociedade mais justa, humana, solidária. E afirmou que em próximos debates serão aprofundadas várias propostas do PSOL para o Paraná.

Assessoria de comunicação, 13.08.2010
Fonte:http://www.luizfelipe50.com.br

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